Você sabe aquele momento em que você quer começar algo e não sabe por onde…começar? Pois é, se isso acontece no seu dia-a-dia, acredite: você não é o único. A procrastinação é um hábito enraizado na rotina de muitos profissionais. Nós falamos muito isso no nosso Mini-curso de produtividade e partilhamos muitas estratégias de como superar esses momentos.
E essa procrastinação também surge muitas vezes na hora de começar a carreira de freelancer. Muitos são os profissionais que adiam o início da sua carreira de freela, pensando que isso é algo muito complexo, que vai obrigar a uma carga burocrática muito grande, entre outros fatores muito comuns.
O meu objetivo com este texto é demonstrar que é possível iniciar a carreira de freela sem abandonar o seu trabalho habitual das 9 às 5. Com algumas estratégias bastante simples, você pode iniciar o seu percurso de freelancer sem grandes riscos.
A grande vantagem de continuar trabalhando e conseguindo os seus primeiros clientes é que o seu risco financeiro é bem menor, ou seja, mesmo que você não consiga clientes nestes primeiros meses, o seu trabalho na empresa garante uma sustentabilidade financeira interessante.
Esta estratégia é muito comum no início de pequenos negócios, nos quais futuros empreendedores aproveitam o final do dia ou os finais de semana para desenvolverem o seu produto ou angariarem clientes. Obviamente, esta opção obriga a bastante trabalho e a uma capacidade de organização fora do vulgar, mas esse é o preço a pagar por este tipo de estratégia.
Vejamos alguns dos passos que você pode seguir para iniciar a sua carreira de freelancer num regime de part-time.
1. Tenho que começar oficialmente o meu negócio?
Esta é a principal “desculpa” utilizada por muitos aspirantes a freelancers para não iniciarem o seu próprio negócio. Você não precisa de iniciar a sua empresa para dar os primeiros passos como freelancer. Aconselhamos, obviamente, que você trabalhe de forma legalizada como freelancer e para saber como fazê-lo nada melhor do que assistir a esta entrevista que fizemos com o Lourival Melo sobre a legalização do negócio de freela.
Porém, você pode fazer um pequeno teste no mercado sem ficar preocupado com a parte da legalização. Ofereça os seus serviços a algumas pessoas mais próximas ou a empresários que você conheça. Se eles aceitarem a sua proposta, esse é o momento certo para pensar na legalização. Se eles não aceitarem, continue focado em conseguir os primeiros clientes e pense na legalização depois.
Esta é uma forma do início da sua carreira não ficar parado devido a dúvidas burocráticas.
2. E o meu chefe atual, ele vai concordar com esta minha opção?
O primeiro passo para entender se esta sua opção vai gerar problemas é analisar o contrato que você tem com essa empresa. Confira se existe alguma cláusula que impeça você de iniciar a carreira de freelancer. No meu caso, quando trabalhei como jornalista a full-time, o jornal tinha definido no contrato que eu não poderia trabalhar como jornalista freelancer, por exemplo.
Mas se esse problema não existir, o mais normal é que o seu chefe não esteja preocupado em saber o que você faz com o seu tempo livre.
O segredo é ter a certeza que:
- O seu trabalho como freelancer não interfere no dia-a-adia da empresa. Ou seja, jamais leve trabalho do seu negócio para a empresa. Lembre-se que ela é a sua principal fonte de sustento e o freelancing é apenas um “teste”.
- O seu trabalho freelancer não será um concorrente (direto ou indireto) da empresa onde você trabalha.
Muitos leitores me perguntam: “Luciano, devo contar para o meu chefe que estou trabalhando como freela?”. Obviamente, a resposta vai depender da sua relação com ele e com a abertura dele para aceitar esse tipo de iniciativas. A melhor pessoa para responder a essa pergunta é você mesmo, pois você é a pessoa que melhor conhece o seu chefe.
Eu normalmente aconselho que não se preocupe muito com isso. Se não é obrigatório contar ao seu chefe, então não se preocupe muito com esse ponto.
3. Como vou conseguir clientes?
A resposta a esta questão é, obviamente, bastante complexa e estará sempre dependente da sua área de negócio. Na nossa palestra Como Gerir Clientes, nós partilhamos algumas estratégias de angariação de clientes. E uma dessas estratégias está relacionada com os dois F’s: Family and Friends. Reflita e pense se você conhece alguém da sua rede de contatos que possa precisar dos seus serviços. Proponha a eles os seus serviços. Trabalhar com pessoas mais próximas aumenta bastante as chances de você ser bem sucedido.
Outra dica é melhorar o seu networking, mas para saber mais sobre o tema aconselho que confira o nosso artigo sobre os 10 passos para melhorar o seu networking de uma vez por todas.
Aqui vão mais alguns conselhos:
- Envie um email para antigos chefes que você teve e que possam interessar-se pelos seus serviços.
- Otimize a sua página do LinkedIn para que você possa ser mais facilmente encontrado no Google e no próprio LinkedIn. Se não sabe como fazê-lo, este artigo vai ajudá-lo.
- Vá para empresas locais oferecer os seus serviços.
- Pesquise por cinco empresas que você gostaria de trabalhar e envie um email personalizado propondo os seus serviços e o que vocês podiam fazer em conjunto para melhorar a empresa.
4. Existe alguma forma mais rápida para eu conseguir clientes?
Existe sim: as redes sociais e blogs. Elas são uma forma bem mais rápida para angariar novos clientes, mas elas exigem um conhecimento extra e mais focado na rede social que você pretende divulgar os seus serviços.
5. Como faço para montar o meu portfólio?
Quando você começar a pensar em concorrer a vagas de emprego (nesse caso aconselhamos o site NearJob) muitos vão ser os clientes que vão pedir o seu portfólio ou currículo. Se você utilizar a NearJob, terá a possibilidade de criar o seu próprio portfólio através do site o que é uma grande vantagem.
Agora, se você quiser fazer um portfólio externo, o primeiro passo é ler alguns artigos que temos para você:
6. As pessoas continuam pedindo para eu trabalhar de graça. Devo continuar a fazê-lo?
Sim e não.
Quando alguém pedir para você trabalhar de graça, analise se essa oferta será realmente boa para você – ajudando na construção do seu portfólio, por exemplo – ou se essa pessoa está apenas tentando aproveitar o seu início de carreira para conseguir alguns projetos de graça. Muitos freelancers caem nas armadilhas de clientes que fazem várias promessas a troco de futuros projetos. Se você está com receio de ser enganado por clientes, confira um texto que vai ajudar você:
7. Quanto devo cobrar?
Como você está iniciando o seu trabalho de freela, o preço deve ter em conta essa sua experiência. Não tem muita lógica que você cobre os mesmos valores de profissionais que estão há muitos anos no mercado, não é verdade?
A melhor estratégia é olhar para possíveis concorrentes e fazer uma análise ao seu trabalho. Pense:
- Vou ter capacidade para entregar um trabalho com a mesma qualidade?
- Como o meu horário para atendimento ao cliente é limitado, devo ter isso em consideração na hora de definir um preço?
- O meu portfólio tem trabalhos de qualidade igual ou semelhante?
- Há quantos anos eles estão no mercado?
E por ai vai. Olhar para a concorrência é uma excelente forma de definir seu preço. Depois, com o passar dos meses, vá ajustando essa precificação tendo sempre em conta aquilo que você necessita para sobreviver como freelancer.
Dicas extra
Agora convido você a deixar um comentário. Conte para nós como você iniciou a sua carreira de freelancer ou se já experimentou conciliar carreira de freela e um trabalho das nove às cinco.
Gostamos muito de escutar a sua opinião 🙂
Abraço,
Luciano Larrossa